18/11/2012

A Receita do bolo e a Igreja! Será que "desandou"?

por Pastora Priscila Cruz

Já faz um tempo que muitas mudanças têm acontecido na minha mente, em meu coração. Durante esse período de mudanças e transformações, é como se um turbilhão estivesse dentro de mim, como se uma grande colher ou batedeira estivesse em constante movimento batendo e mexendo uma massa, e deixando-a cada vez mais homogênea e lisa, pronta para ir à forma, depois ao forno, e assim finalmente cumprir seu propósito e sua missão. Sei que este exemplo é muito hilário, e pode soar bobo, mas é assim que idealizo na minha mente. Eu como a massa, e Deus o mestre cuca, criador e idealizador da receita.


Começo a perceber, quantos ingredientes colocamos na massa por conta própria, ou simplesmente acrescentamos ou diminuímos a quantidade de ingredientes que foi estabelecido pelo dono da receita, e de repente, em algum ponto algo começa a dar errado, e não sair como deveria. Como diz nossas avós, “a massa desandou”. E muitas vezes, é necessário fazer outra massa, começar de novo. Se você decidir continuar assim mesmo, por que aparentemente a massa não “desandou” tanto assim, o resultado final talvez não seja ruim, ou de se jogar fora, mas não é o original, o correto, o determinado e estabelecido pelo seu próprio criador.

Quero fazer aqui uma simples analogia, comparando essa história da receita com a Igreja. Será que estamos seguindo exatamente como está na receita? Será que não estamos acrescentando ou diminuindo os ingredientes? Ou até mesmo deixando de colocar alguns?

Quero que considere igreja, no pessoal, você como discípulo de Jesus, e também a instituição física. Quantas receitas seguidas por conta própria, e mesmo assim continuamos a denominar como sendo Igreja do Senhor. Não me refiro a características ou estilos diferentes, nem mesmo defendo uma ou outra como sendo a correta e perfeita. Assim como há bolos de diferentes sabores (chocolate, cenoura, fubá e etc.), há igrejas de diferentes estilos. Mas a questão é que existe uma base, um procedimento único para toda e qualquer massa de Bolo. Às vezes mudam dois ou mais ingredientes, mas existe uma base, e ela não pode ser modificada, é o fundamento de qualquer bolo.

Tenho pensado e refletido muito sobre isso; o verdadeiro fundamento de uma igreja. Vejo como muitos tem se denominado Igreja, mas totalmente fora do padrão estabelecido por Deus, o criador dela. Quantas “massas já desandaram”, e é preciso jogar fora e começar tudo de novo, princípio por princípio, ingrediente por ingrediente.

O fundamento de uma igreja não é o quanto de atividades que se realiza ou executa. Nem mesmo suas diversas programações e eventos, mas sim o quanto essas atividades e programas te aproximam de Deus, Te faz mais parecido com Ele.

Hoje vejo um evangelho de muitas atividades e programas. Quanto mais realizações, mais reconhecimentos. Quanto mais programações, mais seguidores e discípulos. As pessoas escolhem uma estrutura assim, pois aprenderam que quanto mais você faz, quanto mais você está envolvido, mais crente você é. Chega ser inadmissível no meio dos cristãos hoje, um crente que decide não participar de algum programa, não estar envolvido em alguma atividade dentro da igreja. Para eles isso significa fugir do chamado, se esconder, ou até mesmo; “Ha Ele não é tão firme assim”, quando na verdade, é apenas um filho que aprendeu a se assentar aos pés do Mestre, e esperar seus ensinos, suas direções. Apenas uma Maria que sentou aos pés para ouvir, para simplesmente “curtir” Jesus. A verdade é que muitas vezes estamos envolvidos em atividades, mas não envolvidos em Deus. Atividades e programas não significam avivamento. Podemos ser cristãos cheios de tarefas, mas totalmente vazios da Glória de Deus.

Quero deixar claro aqui que não sou contra as atividades e programas que acontecem nas igrejas, mas não são as atividades e a quantidades de tarefas que realizamos que nos aproximam de Deus, que nos faz ser mais santo ou mais abençoado. Precisamos aprender equilibrar nosso trabalho com a nossa devoção, a parte material, com a parte espiritual. Jesus foi o homem mais equilibrado do mundo, de fato ele veio para isso; para nos mostrar como administrar o equilíbrio entre trabalho e adoração, entre o que fazemos e o que somos.

Talvez seja necessário começar a receita de novo, do primeiro ingrediente. O primeiro ingrediente de uma igreja se chama amor, e é exatamente esse o ingrediente que mais está em falta. Amar a Deus sobre todas as coisas, sobre sua denominação, sobre seu líder e pastor, sobre seus títulos e posições, sobre seus métodos e visões. Só assim amaremos o nosso próximo coma a nós mesmos, amando a Deus e o conhecendo cada dia mais. O amor a Deus vem em primeiro lugar, mas não pode ser separado do amor ao próximo. Um resulta do outro, e isso é Igreja.

Deus abençoe!

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