18/01/2013

PARE
























“Este café está horrível!”; “O pão está murcho”; “A comida está fria”; “Meu cabelo é horroroso”; “Meu corpo é feio”; “Ai, que calor”; “Agora está frio demais”; “Por que o meu esposo não é igual ao da minha amiga?”; “Ah! Minha mulher poderia ser como a Fulana”; “Este pastor grita demais, Deus é surdo?”; “Eu não gostei do culto hoje” (aliás, nunca gostou); “Isso só acontece comigo!”; “Ah! Os meus filhos poderiam ser como os do vizinho”; “Odeio meu emprego”; “Odeio minha família”; “Minha vida é uma droga”.

Se algumas dessas frases lhe são familiares, não é mera coincidência. Elas foram escritas para tocar você mesmo, por ser um “mestre” em reclamação ou por conhecer alguém que é.


Nada para o reclamador está bom. Nada presta. Tudo tem de ser exatamente do jeito dele, e mesmo assim ainda tem aqueles que sempre enxergam algum defeito ou problema e se põem a reclamar. Neste sentido, é bom salientar que o “reclamão” não é uma pessoa grata. Ele pensa que as pessoas têm obrigação de servi-lo e o pior: servi-lo da maneira que ele acha que é a correta.

Mas por que algumas pessoas agem assim? Por que existem aqueles que reclamam exageradamente? Quem responde a esta pergunta é a psicóloga Rose Mary Soares Cunha. Além de psicóloga, Mary atua no Ministério Rede da Família, da Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte (MG), aconselhando noivos e namorados. Para ela, vários são os motivos que fazem com que uma pessoa reclame demais, entre eles por repetição. Mary explica: “A criança, por exemplo, aprende por repetição, quando elas ouvem os adultos xingando, passam a xingar também, quando percebem medo nos adultos por determinada coisa sentem medo também e assim aprendem também a reclamar. Somos modelos e não é somente para criança, mesmo depois de adultos continuamos aprendendo por modelo. Precisamos estar atentos para perceber o que estamos aprendendo”, observa Rose Mary que também é pós-graduada em Gestão de Pessoa.

“O mito da grama mais verde” O subtítulo deste artigo se refere ao livro “O mito da grama mais verde”, de J. Allan Petersen. Em seu livro, o autor aborda, entre várias coisas, sobre a velha máxima de que a grama do vizinho é sempre mais verde. Os reclamadores de plantão vivem sob essa ótica. Eles supervalorizam as coisas dos outros, apenas pela aparência exterior, sem nem mesmo conhecer o contexto das situações que envolvem tais coisas. A casa do vizinho é melhor, a família dos outros é mais abençoada, a igreja vizinha é mais cheia de poder, o pastor da outra igreja é mais ungido, o emprego do colega é mais recompensador, e muitos outros exemplos que não caberiam neste artigo. Na verdade, o que acontece, é que os reclamões criam uma expectativa falsa em relação aos outros. Eles depositam nas pessoas, o que eles gostariam de ter ou ser. E como não conseguem, começam a reclamar.

Para Rose Mary, isso acontece porque para reclamar basta que se tenha um motivo, do contrário, do que a pessoa vai reclamar! Ela diz: “Se a pessoa precisa de um motivo, ela vai buscá-lo e começar a observar os outros para saber sobre o que ela pode falar. E como quem procura acha, acaba encontrando o que estava procurando: um bom motivo baseado naquilo que o outro tem e ele não tem”.

Vê se desconfia! O grande problema da maioria dos “reclamões” é que eles não conseguem perceber que, muitas vezes, estão sendo chatos e/ou inconvenientes. Disparam a falar sem controle e até agem com sarcasmo em algumas situações, depreciando o trabalho dos outros. Pondo defeito em tudo. Sendo assim, não percebem que estão magoando outras pessoas com suas reclamações, algumas vezes, infundadas e sem limites. Nesse aspecto, Mary enfatiza que às vezes é preciso um toque de um amigo, parente ou uma pessoa próxima. Mas ela ressalta:“Se a pessoa percebe e deseja mudar vai precisar de força de vontade”. Ou seja, de nada adiantará o toque de alguém se a pessoa não procurar mudar suas atitudes e reconhecer os seus erros.

Mude o seu foco Talvez, lendo este artigo, você se reconheceu com as dificuldades aqui apresentadas ou conhece alguém que age assim. Dizem que se conselho fosse bom, ninguém dava, ao contrário, vendia. Mas se você quer mudar suas atitudes ou conhece alguém que precisa urgentemente sair dessa posição incômoda de ser o “reclamão” da turma, é bom ler o conselho da psicóloga Rose Mary. Ela coloca três dicas interessantes que vão ajudar você ou quem se enquadra nessa situação a controlar as reclamações. “Primeiro, observe o que tem influenciado o seu comportamento. Segundo, pare de buscar motivos para reclamar. Terceiro, mude o seu foco para algo que lhe faça bem. Mas, repito, tudo depende da forma como a pessoa deseja agir, se ela deseja continuar reclamando continuará sendo o ‘reclamão’ de sempre”.


Fonte: lagoinha.com

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